O ColecoVision - De Couro a Vídeo-Games

1. A Coleco

A COnneticut LEather COmpany, ou simplesmente Coleco, foi fundada em 1932 e produzia couro para a industria calçadista. Na década de 1960 a Coleco começou a fabricar piscinas plásticas. Em 1962 a Coleco vendeu sua unidade de couros e continuou se expandindo no ramo de piscinas. Entretanto, esse era uma ramo com uma forte sazonalidade, o que levou a Coleco a investigar novos mercados e opções. Na década de 1970, mais especificamente em 1976, a Coleco entrou no, então, emergente mercado de jogos eletrônicos lançando um jogo do tipo PONG, o Telstar. O Telstar vendeu bem mas problemas de produção, greves nas docas e o movimento para sistemas mais flexíveis - leia-se Fairchild Channel F e Atari 2600 - fizeram o Telstar encalhar nos depósitos da Coleco, causando um prejuízo de, aproximadamente, $22,3 milhões de dólares. Se não fossem as boas vendas da linha de hand-helds, que compensaram esse prejuízo, a Coleco não teria sobrevivido para lançar o que muitos consideram um dos melhores vídeo-games de todos os tempos, o Colecovision. O irônico no caso do Telstar é que a Coleco, apesar das ótimas idéias, não aprendia com os próprios erros. No futuro problemas parecidos e um show de inabilidade corporativa selariam o destino da Coleco.

2. O ColecoVision

Após quase falir na década de 1970, devido aos problemas com o Telstar, a Coleco passa o resto da década vendo o mercado ser dominado pela Atari, que ganha, no final da década a concorrência da Mattel e seu Intellivision. É, então, que a Coleco tem uma das maiores sacadas da história dos vídeo-games. Nessa época as casas de fliperama andavam sempre lotadas, então, porque não lançar um vídeo-game que levasse os jogos mais populares das máquinas arcade para dentro da casa de cada um dos jogadores? Claro que a Atari já havia adaptado uma série desses jogos para o console 2600, mas nunca chegou perto da qualidade apresentada pelas máquinas originais. E foi isso que a Coleco fez quando lançou o ColecoVision em 1982. O ColecoVision tinha uma capacidade gráfica muito superior que a do Atari 2600 e do Intellivision, o que garantiu uma adaptação muito mais fiel dos jogos para o console. Um outro detalhe nesta história é que a Coleco licenciou o jogo Donkey Kong, da desconhecida Nintendo, e que fazia um enorme sucesso nas casas de fliperama. Donkey Kong era o jogo que acompanhava o console da Coleco e era praticamente idêntico ao jogo arcade. Em 1983 o Colecovision batia o Atari 2600 e o Intellivision em vendas. O ColecoVision não só tinha maior capacidade gráfica e sonora que seus concorrentes, como tinha uma maior capacidade de expansão. A Coleco lançou diversos acessório para seu vídeo-game, incluindo aí o polêmico adaptador de jogos do Atari 2600, que, do dia para a noite, transformou o ColecoVision no vídeo-game com a maior biblioteca de jogos disponíveis na época - sem falar na ira que causou na Atari que perdeu todos os processos que perpetrou contra a Coleco e ainda teve que aturar o lançamento do Gemini, um clone do Atari 2600, da própria Coleco.

Este é o adaptador, que ligado à porta de expansão, permitia que o Colecovision rodasse os jogos do Atari 2600

3. 1984
Mesmo com todo o sucesso, o ColecoVision não conseguiu passar imune pelo crash de 1984, que causou a morte das primeiras gerações de vídeo-games. Em 1984 a Coleco parou de produzir o ColecoVision, após vender cerca de 6 milhões de unidades em três anos. Antes do crash de 84, a Coleco lançou o computador ADAM, que é considerado um dos mais malfadados lançamentos de todos os tempos. O primeiro lote do computador era uma insistente fonte de problemas para seus usuários, que gerou uma onda de reembolsos e a necessidade da Coleco gastar muito dinheiro para consertar as falhas encontradas - mera coincidência com a história de um tal Telstar. Só que era tarde demais. Com o crash de 84 e as vendas do ADAM praticamente no zero, o caixa da Coleco ficou no vermelho, agravando seus problemas financeiros de tal maneira, que a companhia foi vendida para a empresa de brinquedos Hasbro em 1989.

4. Quer Conhecer ou Relembrar?

O ColecoVision teve uma carreira meteórica, mas mesmo assim deixou uma legião de fãns. No Brasil o Coleco nem chegou a nascer direito. Uma empresa nacional chegou a lançar um clone,a chamado SpliceVision, que, por problemas legais, não durou muito tempo no mercado. Mesmo assim você pode conhecer, ou matar as saudades, do ColecoVision usando um emulador.
Existem três emuladores que emulam exclusivamente o hardware do ColecoVision, dignos de nota. Existe um ótimo emulador do computador MSX que, também, emula o Colecovision. Isso é possível porque os dois usavam o mesmo processador, o z80. Esse emulador chama-se blueMSX e tem evoluído constantemente, só que não é tão fácil de usar quanto os outros. Vamos lá:

- ColEm: Apresentou problemas durante a emulação, tanto de vídeo quanto de som.

- Koleko: Faz tudo paritcamente sozinho no que se refere à cofiguração. Emula bem, mas só em tela cheia. A interface é um pouco complicada de usar.

- VColeco: O melhor, na minha opinião. É fácil de configurar e usar. Apresenta boa emulação de som e vídeo.

- blueMSX: Seu foco principal é a emulação da linha de computadores MSX. Também emula o hardware do ColecoVision. Entretanto, por ser um emulador voltado para hardware de computador, pode ser um pouco confuso na sua configuração e utilização.

5. Links Interessantes
- Coleco.com - ???
- Detalhes do ColecoVision
- ColecoVision e seus periféricos

6. Referências
- História dos Consoles Caseiros
- ColecoVision(Wikipedia)
- História da Coleco(Wikipedia)
- Classic Gaming - A História Completa do ColecoVision
- História dos Vídeo-games - Outerspace