quinta-feira, 4 de abril de 2024

Será o emulador Yuzu a Hidra de Lerna?

 No post passado eu falei sobre minhas impressões sobre a necessidade dos emuladores e a tênue divisa que há entre eles e a pirataria de software.  Escrevi o texto a partir da ação da Nintendo, sempre incansável em defender seus copyrights, que caiu com toda a sua força sobre o desenvolvedor do emulador Yuzu, acabando com o projeto. Eu entendo as razões que levaram a Nintendo a tal ação, mas questiono a forma como ela o faz. 

Primeiramente, o projeto do emulador, que também incluía um emulador de Nintendo 3DS, o CITRA, morto no mesmo processo, era open source. Ou seja, qualquer um podia pegar o código fonte para estudar e, até mesmo, criar sua própria versão do emulador. Ao meu ver, a Nintendo pensa que agindo de maneira ditatorial e inquisidora sobre esses desenvolvedores, inibirá outros de tentarem algo semelhante. Só que a Nintendo já fez muito disso no passado, sem resultados expressivos, com situações em que simplesmente destruiu projetos de fãs que só desejavam homenagear seus personagens do coração, sem remuneração em troca.

Agora, para a surpresa de zero pessoas, começaram a aparecer outros projetos de emuladores de Switch e 3DS. Tal como a Hidra de Lerna, em que uma ação violenta, onde uma cabeça da Hidra é cortada e outras duas nascem no lugar, o mesmo vem acontecendo no mundo dos emuladores. Das cinzas dos antigos projetos dos emuladores Yuzu e Citra diversos outros surgiram para tomar o espaço deixado por eles. Entre eles cito os emuladores a seguir:

Switch

- Ryujinx (esse já existia juntamente com o Yuzu)

- Sudachi

3DS

- LimeDS

- Lemonade


Então, a questão é: o modus operandi da Nintendo é o melhor? Não teria sido muito mais interessante chamar esses desenvolvedores para entender como eles conseguiram criar tal software e trabalhar em conjunto com os mesmos para criarem ferramentas para a própria Nintendo ou, até mesmo, um emulador oficial? Ou, mesmo, trazer tal conhecimento para dentro da empresa?

A atitude truculenta só vem servindo para os advogados da Nintendo ganharem muito dinheiro a partir de uma visão míope da própria empresa. 

Só acho que os executivos da Nintendo e outras fabricantes de consoles e jogos deveriam olhar para o potencial que esse mercado de emulação e nostalgia tem com um pouco mais de atenção. 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Emuladores x Pirataria

O assunto “pirataria de software”, principalmente para os adeptos do uso de emuladores, é recorrente, mas não só para eles. Na semana que escrevo este singelo artigo, ao sexto dia, do mês de março, do ano de 2024 (06/03/2024), a Nintendo conseguiu mais uma vitória contra um desenvolvedor de emulador, jogando seus cães de guerra (departamento jurídico) sobre o coitado. O Yuzu, um emulador de Nintendo Switch, foi obliterado pela poderosa Nintendo, sempre zelosa em proteger suas marcas e propriedades. Não posso tirar, de modo algum, toda a razão da Nintendo, mas será que é necessário atuar de forma tão incisiva nessas questões?  Será que não há um meio termo. Afinal você precisa considerar que o cara construiu um emulador funcional de um console poderoso. Isso implica muito conhecimento que a própria Nintendo poderia aproveitar.

Essa ação toda trouxe à tona, novamente,  a discussão sobre pirataria de software. Esse assunto ainda é um problema de grandes proporções e traz muitos prejuízos a empresas que investem grandes somas de dinheiro para criar jogos eletrônicos ou, mesmo, softwares para todo tipo de uso em nossos computadores e celulares, de modo a facilitar nossa vida. Entretanto, quando o assunto é emuladores o assunto fica nebuloso. Afinal, a emulação tem um fator muito mais nostálgico e envolve software, em sua grande maioria, desenvolvido décadas atrás. A maioria dos interessados em emuladores (e é nesse grupo que me incluo) tem interesse em resgatar jogos e sensações de uma época de sua infância e/ou adolescência. Como ter acesso àquele joguinho obscuro que você passava algumas horas jogando naquele bar grudento ou um fliperama mega barulhento? Dependendo da idade do jogo, eu diria que é quase impossível.

Pois bem, no caso do emulador do Switch, ele conseguia contornar camadas de proteção para permitir que o usuário pudesse jogar. Também permitia que você emulasse uma plataforma em pleno funcionamento, com equipamentos e jogos amplamente disponíveis, mesmo no Brasil. A legislação norte-americana, onde o processo foi aberto, é bem categórica sobre isso, dizendo que burlar os métodos de segurança constitui, sim, pirataria de software. Por fim, o responsável pelo Yuzu, orientado pelo seu advogado, cedeu e fez um acordo com a big N. O outro emulador em que ele trabalhava, o Citra, que emula o portátil 3DS, também entrou no acordo. Ele vai pagar uma grana para a Nintendo a título de compensação, os códigos fontes não podem mais ser divulgados e, provavelmente, devem até ser destruídos (o que acredito que nunca vá acontecer) e os domínios dos site serão repassados para a Nintendo. Alvo marcado e destruído. Nada de emulador de Switch por enquanto (não fale para ninguém, mas tem outro em pleno desenvolvimento). Mas duvido que ele não ressuscite daqui a alguns anos,  depois que a plataforma for descontinuada. Quem viver, verá.

Só que surgem diversos outros dilemas nesse assunto. E aquele joguinho de Atari 2600? E aquele jogo lançado para Philips Odyssey somente no Brasil, no final da sua curta vida e que poucas cópias físicas existem, que você jogou quando era um infante e tem lembranças maravilhosas? Como ter acesso a um jogo como esse sem ir à falência? 

Pois é. É aí que a mágica dos emuladores acontece. A solução ideal é comprar o console e o cartucho do jogo e, pode acreditar, a sensação de jogar na plataforma original nenhum emulador conseguirá equiparar. Entretanto, dependendo da raridade do jogo e do console ou da máquina de arcade, isso pode ser um tanto quanto caro. Convenhamos. Ter um console antigo pronto para jogar em casa é um luxo. É um passatempo caro. Videogames são produtos eletrônicos onde muitos já passam dos 40 anos de existência. Os controles raramente sobrevivem a essa passagem do tempo e, não raro, todo o conjunto precisa de uma boa manutenção que depende de profissionais altamente especializados e que, em geral, também são apaixonados por jogos antigos. Aqui mesmo onde eu moro, uma capital de estado no sul do país, é bem difícil encontrar alguém disposto a mexer em um console velho ou em uma TV de tubo gigantesca. Nem vou entrar na discussão de que você também precisa ter espaço disponível em sua casa para seus consoles old-school, além de uma boa TV de tubo. Ah, sim! Dinheiro, principalmente para os jogos. Jogos esses, aliás, que subiram de preço absurdamente durante e depois da pandemia do coronavírus. Agora, se sua lembrança é com aquele jogaço de fliperama, você vai ter problemas ainda maiores, literalmente. Além da aventura em encontrar a máquina com o gabinete original com tudo dentro (nem vou exigir que esteja funcionando), você vai precisar de muito espaço em casa e uma boa conta bancária.

Ainda é preciso encarar uma realidade da qual muitos retrogamers não querem nem ouvir falar. Mesmo consertado e funcionando, não sabemos quanto tempo os chips de memória em que esses jogos estão gravados ainda durarão. Equipamentos eletrônicos não são eternos e, considerando que muitos desses cartuchos e placas de jogos estão em combate há mais de 40 anos, não podemos esperar que durem outros 40 anos. Guardá-los sem uso também não é uma solução. Esses mesmos componentes eletrônicos se deterioram ainda mais rápido se não forem usados. Ah, e não adianta dar uma ligadinha todo o mês. É preciso ligar e deixá-lo atingir a temperatura ideal de uso. Uma vez por mês por pelo menos um hora é meio que consenso entre colecionadores aficionados. Nem todo mundo tem tempo ou espaço ou paciência para isso. E é esse espaço que os emuladores surgiram para preencher.

Eu sei que existem maneiras legais de se jogar muitos desses jogos antigos como é o caso do Evercade, que é uma plataforma sensacional. Só que o Evercade é caro e um tanto quanto complicado de trazer para o Brasil, limitando o acesso da maioria dos gamers das antigas. Ele tem muita coisa disponível, mas não tudo. A Blaze Entertainment Ltd., empresa por trás do aparelho, só trabalha com jogos licenciados e é aí que reside um dos grandes problemas nesse tipo de iniciativa:  os direitos autorais. A Blaze faz acordo com os donos desses direitos e re-publica os jogos adaptando-os, inclusive, para rodar nas TVs modernas. O problema é que muitos jogos estão literalmente perdidos. Ninguém sabe onde ou com quem os direitos autorais estão. Muitas software houses faliram ou simplesmente fecharam as portas nesse tempo todo. Muitos códigos fonte de jogos foram perdidos e vendidos e trocados e sabe-se lá mais o que. Como resgatar isso? Como recuperar esses jogos?

Durante os anos que se passaram, um grande grupo de entusiastas tem feito o que se chama de DUMP. Pegaram os cartuchos ou memórias ROM dessas placas de jogos e, usando um equipamento especial, copiaram seu conteúdo para arquivos, armazenados em computadores que nós chamamos de ROMs de jogos. Essas ROMs se espalharam primeiramente entre esses entusiastas e com o advento da internet, se espalharam por todos os cantos do mundo. Através de uma busca simples é fácil encontrar os jogos de praticamente qualquer console ou máquina arcade antiga. Mesmo que a Nintendo se enveredasse na tentativa de destruir tudo, jamais conseguiria. E olha que ela já tentou. Pergunte ao pessoal do site EmuParadise.

Porém, copiar esses jogos (essas ROMs), e usar no seu computador é pirataria? Aí é que está. A resposta é: depende.

A lei, pelo menos a norte-americana e europeia, diz que você pode ter cópia do software que você adquiriu legalmente, desde que seja para resguardar o valor que você investiu nesse software. Ou seja, você pode ter um ou mais backups desde que não compartilhe com ninguém. Então, em tese, se eu tenho o cartucho de um jogo de videogame, mesmo recente, e tiver a tal maquininha para extrair os dados da ROM do cartucho, eu posso. A lei entra em um limbo quando você tem o cartucho, mas faz o download da ROM da internet. Eu enxergo como ilegal, mas eu não sou advogado e mesmo os juristas não se entendem sobre isso.

Outro movimento que defende essa cópia digital de jogos é o de preservação deles. Há defensores ferrenhos disso e eu me incluo nisso. É como eu falei anteriormente. Em um determinado momento, nem os consoles, nem os cartuchos e nem os CDs desses jogos funcionarão mais. Quando isso ocorre, o que estava naquele chip de memória fica irremediavelmente perdido. Resgatar os dados de um componente desses é praticamente inviável.  Não esqueçamos que muitos dos códigos fonte de muitos desses jogos se perderam com o passar dos anos, assim como os equipamentos e softwares necessários para compilá-los e transformá-los em um novo cartucho. A solução mais simples encontrada foi fazer cópias dos dados contidos nesses cartuchos enquanto ainda isso ainda é possível. Esse movimento, com certeza, não deixa os proprietários dos copyrights dos jogos nem um pouco felizes, entretanto, aqui, entramos em outro assunto bem controverso.

Vamos descartar jogos mais recentes. Nesse ensaio e para esse quesito, somente jogos de consoles antigos e fora de linha a pelo menos 15 anos podem se valer do que falarei a seguir. Afinal, quando falamos de jogos antigos, estamos falando de softwares em que o dinheiro investido neles já foi todo amortizado. Talvez o jogo ET, para Atari 2600 não seja um caso, mas isso é outro assunto. Entretanto, quanto um jogo de sucesso para, por exemplo do Atari 2600, como River Raid, ainda pode render? Que público ele quer atingir? É lógico que, para a Activision, isso é sua propriedade intelectual, que eles ainda licenciam para lançamentos de versões retro do console Atari ou até mesmo compilações para consoles mais novos, ganhando mais uns trocados (que nem deve ser tão pouco assim).  Só que esses valores não devem chegar nem perto dos valores alcançados no lançamento original desse jogo exemplo, no natal de 1982 e auge da febre Atari. Quem busca um jogo como River Raid atualmente, em sua grande maioria, está procurando matar saudades. Não pense que um garoto de 15 anos em pleno 2024 está realmente interessado na compra de um jogo desses, com o objetivo de fazer o maior placar possível. Ele pode jogar e se divertir por um breve momento de curiosidade, mas um jogo antigo como esse do exemplo que dei, nunca terá o mesmo apelo que tem para um marmanjo que teve a oportunidade de botar suas mãos no cartucho na longínqua década de 1980. Então, até entendo que essas empresas achem que podem ganhar ainda mais grana com um jogo de 40 anos, mas eles estão errados. Todos deveriam olhar para isso como algo a ser resguardado e cuidado, não como um produto do qual ainda se pode espremer mais algum lucro. Não estou falando de usar a marca e criar um novo jogo.

E por último, mas não menos importante é o tempo. Sim, o tempo. A janela dos nostálgicos dispostos a pagar para jogar essas velharias está se fechando. Uma criança que tinha 10 anos de idade em 1984, o auge do Atari no Brasil, por exemplo, tem 50 anos em 2024. Uma criança que conheceu videogames a partir do Playstation já está na casa dos 40 anos em 2024. As empresas desejosas de espremer mais algumas moedas de seus antigos jogos ainda tem mais uns 20 ou trinta anos para fazê-lo. Por isso iniciativas como museus de videogames ou de armazenagem desses arquivos de jogos antigos são muito importantes. Em alguns anos, a maioria desses jogos antigos será mera curiosidade e, se não os preservamos ou chegarmos a um acordo, serão meras imagens estáticas em sites e livros. Claro que nenhum gamer apaixonado quer que isso ocorra. A pirataria é, sim, um mal a ser combatido nesse mercado, entretanto está na hora de todos olharem para a mesma direção e focar no que é realmente pirataria e o que precisa ser devidamente preservado. Não esqueça que o super atual e tecnológico jogo de hoje, também será peça de museu em 20 ou 30 anos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

I`m back

 

Foto do comediante Danny Kaye em pé à frente de Bertie The Brain na exposição nacional canadense em 1950.
Após um longo período longe do meu BLOG estou voltando!

Tenho trabalhado bastante em uma ideia que me persegue a anos. Como os videogames tornaram-se algo tão presente em nossas vidas?  Já parou para pensar nisso?

Quando você liga seu possante PlayStation 5 ou XBOX Series X nem te passa pela cabeça o longo caminho que foi percorrido para que máquinas tão potentes fossem usadas para seu entretenimento em sua própria casa.

Você nem mesmo para para pensar que a minúscula peça que permite que esse videogame funcione, o microprocessador, é absurdamente recente e só passou a existir de fato no inicio da década de 1970! 

É nisso que tenho trabalhado em um livro sobre a História dos Videogames, desde sua pré-história, quando os primeiros jogos começaram a aparecer em computadores que eram maiores do que casas, lá nos longínquos anos  1930/1940 até o momento atual, quando estamos assistindo o nascimento da chamada 9a. geração de videogames e seus jogos ultra realistas.

Aos poucos postarei relatos sobre o andamento do livro e histórias impressionantes de pessoas incríveis que ajudaram a criar o fabuloso mundo dos videogames!


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Atari 2600 nas palmas das suas mãos

A onda nostálgica parece continuar com força total. Não são poucos os lançamentos visando esse público saudosista.
Falando especificamente de Atari 2600, que foi o console que fez a cabeça de muito marmanjo de hoje em dia, incluindo esse que vos escreve. As opções para matar as saudades do Atari VCS 2600 são muitas. Você pode comprar um console antigo em sites especializados e os cartuchos por preços razoáveis, pode comprar os consoles da linha Flashback e pode partir para um emulador. Agora, se você quer poder jogar em qualquer lugar a boas opções de portáteis para jogar um River Raid ou um Megamania. A seguir eu trago uma lista de alguns portáteis. Tem de tudo e para todos os bolsos. Escolha o seu e divirta-se!

Atari "Retro" HandHeld Console 

Esse é um produto oficial da Atari. Tem uma tela LCD colorida de 2,5" com saída A/V e funciona com 3 pilhas tamanho AAA. Também tem saída para fone de ouvido.
Com uma pintura que imita madeira e os botões e comandos que tentam imitar o Atari VCS 2600 é o que mais se parece com o console original. 
De todos os que menciono nesse post este portátil é o mais bonito e bem acabado. Porém a biblioteca de jogos não me agradou muito. Destacam-se jogos como Asteroids, Pong, Missile Command e Breakout. Faz muita falta na lista de jogos os clássicos da Activision como River Raid, Pitfall, Enduro, Forstbite entre outros. Um detalhe importante é que ele não tem entrada para cartões microSD, impedindo que se possa expandir a biblioteca de jogos.

Ainda é difícil de encontrá-lo no Brasil, mas no site da Amazon inglesa  é possível encontrá-lo por , que dá cerca de R$ 168,00.

Atari Flashback Portable
A linha Atari flashback é bem conhecido dos retrogamers e é facilmente encontrada em sites especializados no Brasil. O preço varia bastante e depende bastante da lista de jogos. O Atari Flashback Portable não é tão bonito nem tão bem acabado quanto o Atari Handheld, mas cumpre o que se compromete a fazer.
O Flashback tem uma tela de LCD colorida de 2.8", bateria recarregável através de uma entrada USB, saída A/V, saída para fone de ouvido e um entrada para cartão SD.
A lista de jogos  que já acompanham o Flashback contém 70 jogos, entre eles Asteroids, Missile Command, Pong e Xeviuz. Mas com o cartão SD você pode expandir essa biblioteca para qualquer jogo que desejar.


É possível encontrá-lo no Mercado Livre por um preço entre R$ 190,00 e R$ 300,00.

Atari Flashback Portátil da TecToy
Esse modelo é basicamente um Flashback Portable que a TecToy monta em Manaus. A especificação é a mesma do Portable, com 70 jogos na memória. Entretanto os jogos não são os mesmos da versão importada.

Entre os jogos que já vem com o Flashback da TecToy encontramos River Raid, Pitfall, Frogger e PacMan.


O preço não é tão convidativo, mas a TecToy oferece 3 meses de garantia, manuais em português e assistência técnica.
Você o encontra no site da TecToy por R$ 349,00.

quarta-feira, 22 de março de 2017

TecToy Lança Atari no Brasil

Não, não estamos na década de 80, novamente!  É que a TecToy está lançando o Atari Flashback 7 no Brasil. E não, não é o mesmo Atari VCS 2600. Essa é uma versão do mesmo tipo que a Nintendo lançou do NES, o mini.
 

O Atari Flashback 7, como você deve ter notado, já é a sétima edição desse mini console. Ele vem com 101 jogos na memória, dois controles no estilo clássico do Atari 2600, com fio, e saída de vídeo RCA – nada de hdmi aqui, também - ,não tem entrada para cartuchos e tenta imitar o visual do 2600 de frente de madeira.
É uma opção interessante para quem anda jogando Atari só no emulador e gostaria de curtir uma jogatina mais próxima do que era no console de mesa. Ele vai te dar uma sensação nostálgica parecida com a do console clássico e sem você precisar desenterrar uma TV de tubo.


Mas, nem tudo são flores. A começar pelo preço. No site da TecToy o Atari Flashback 7 está sendo vendido por R$ 499,00 a prazo ou R$ 474,05 a vista no boleto. Mais caro que a nova versão do Mega Drive que sai por R$ 399,00.
Outro detalhe está na lista de jogos. Isso pode passar desapercebido para um gamer mais novo, mas, há ausências significativas de grandes clássicos do Atari 2600 como Seaquest, River Raid, Megamania, Enduro, Pitfall, H.E.R.O. e Frostbite. Todos da Activision, por sinal, e todos jogos que te fariam comprar o console. Afinal, os melhores jogos do Atari são os da época da Activision.
Pode não parecer, mas esses jogos são ausências importantes em um videogame de R$ 499,00. Afinal de contas, o que te faz comprar um console, são os jogos que ele tem na sua biblioteca. E os jogos bons. E deixar de lado jogos da fase mais importante do Atari é erro bem grande. Se o console ainda tivesse a entrada de cartuchos, isso até seria um problema contornável.
Alias, dois dos jogos que citei acima já estiveram em uma outra versão do Atari Flashback. Pitfall e River Raid fizeram parte da biblioteca de games que vieram no Atari Flashback 2, lançado em 2005 e que não foi lançado no Brasil. Atualmente essa versão 2 custa os olhos da cara em qualquer site de vendas on-line, além de ser muito difícil de encontrar.
Mesmo assim, o Atari Flashback 7 não deixa de ser um lançamento interessante no Brasil, uma vez que o público retrogamer por aqui é grande e sedento de novidades e quase sempre somos esquecidos pelo resto do mundo, aonde a versões mini, como esta, do Colecovision e Intellivision, também. Nesse ponto a TecToy merece os parabéns pela iniciativa e todo nosso apoio para que continue a fazer novos lançamentos como esse.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Maluco zera todos os jogos do NES

Eu gosto de videogames. Jogo sempre que posso. Mas tento dosar as coisas na minha vida.

Mas, como já dizia minha bisavó, tem maluco pra tudo nesse mundo!

O polonês e mexicano Piotr Delgado Kusielczuk, após três anos, chegou ao fim da sua jornada de jogar e zerar todos os 714 jogos da biblioteca do Nintendo Entertainment System, o NES de 8 bits.

E ele jogou todos, mesmo. Até mesmo o guia de piano "Miracle Piano Teaching System". Alguns jogos ele fechou em 10 minutos. Outros mais complexos como "Might and Magic Book One: The Secret of Inner Sanctum" ele levou quase 87 horas para finalizar.

O fato é que ele conseguiu criar uma biblioteca com os dados sobre os jogos do NES muito legal!

Para quem quiser ver mais do projeto NESMania, acesse o site oficial ou assista os melhores momentos no canal de YouTube do Mexican Runner.

Noticia do Jogos UOL.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Morre Criador do Pac-Man

Essa não é uma notícia nova, mas não posso deixar de fazer uma singela homenagem a um dos homens que tornou nossa infância mais divertida.

Masaya Nakamura, o pioneiro do videogame japonês conhecido como "o pai do Pac-Man", morreu aos 91 anos.

Nakamura, que morreu no dia 22 de janeiro, fundou uma empresa em 1955 que mais tarde se tornaria a Namco e que se fundiu com a gigante de brinquedos japonesa Bandai em 2005.

O designer de jogos da Namco, Toru Iwatani, criou o Pac-Man amarelo, que chegou ao mercado em 1980.

Nakamura, que ainda trabalhava como conselheiro sênior da Namco, morreu no dia 22 de janeiro de 2017.

Correio americano perde cartuchos raros de Super Nintendo

Os correios americanos, provavelmente fazendo treinamento com os correios brasileiros, perderam um lote de cartuchos raros de Super Nintendo avaliados em cerca de US$ 10 mil dólares!!

O fã, conhecido como Byuu, mora no estado americano de Nova Jersey, e entrou em contato com um colecionador de jogos europeu que mora em Frankfurt, na Alemanha, para fazer um backup dos dados de seus cartuchos de Super Nintendo como forma de preservação.

A ideia era enviar 5 pacotes de 100 cartuchos por vez, com Byuu mandando os games de volta para receber uma nova leva o mais rápido possível.

O primeiro pacote foi e voltou sem grandes problemas, mas a segunda transação foi perdida na volta pelo USPS, serviço de correio nacional dos EUA.

Buyu tentou respostas dos correios que, como o brasileiro, nem se deu ao trabalho de responder. Agora ele pretende reembolsar os jogos.

Via UOL Jogos

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Tec Toy e o Re-lançamento do Mega drive

Na semana de de 07 de fevereiro de 2017 a Tec Toy liberou as primeiras fotos do console de videogame Mega Drive. Para retrogamers como eu – e que já adquiriram o novo console – está sendo sensacional! Todo o mês a Tec Toy faz ou mostra alguma novidade sobre o aparelho que só deve começar a ser entregue em julho de 2017.

O trabalho de marketing que a Tec Toy está fazendo é incomparável! Digno dos tempos que a compania estava no imaginário das crianças e adolescentes que, como eu, viveram aquela época de ouro da guerra Nintendo X Sega! Eles tem feito de uma maneira que a gente se sente parte do processo.

Primeiro foi o re-lançamento do Mega Drive.

Depois, para quem havia adquirido o console, permitiram fazer uma personalização

Agoram liberaram fotos do prototipo!

E agora ficamos esperando anciosamente pelas próximas supresas!

Parabéns à equipe de marketing da Tec Toy!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Animação 孔明の罠 - Kaizo Trap

Kaizo Trap é uma das melhores animações que eu vi nos últimos tempos. Detalhe. Não é nenhuma novidade. FoI publicada em 13 de novembro de 2015!

domingo, 9 de novembro de 2014

River Raid está disponível para iOS e Android

River Raid é, sem sombra de dúvida um dos melhores jogos lançados para a plataforma Atari 2600. Também dá para afirmar que é um dos maiores clássicos existentes. Inovador, desafiador e viciante, é impossível, ainda hoje, sentar e não ficar pelo menos uma hora jogando. Agora é possível fazer isso no seu iPad, iPhone  ou Android. Divirta-se!
Versão para Android

Versão para iOS

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Super Mario para Atari 2600

A Nintendo, antes de entrar no mercado de consoles de videogames, lançou várias versões de seus mais famosos jogos de arcade para a plataforma da Atari. Mas, jogos criados após o nascimento do NES nunca foram portados. Bom, até porque, a fila anda, e a Atari já estava mais para história.

Entretanto, um animador americano, Chris Spry, desenvolveu uma versão de uma dos jogos mais queridos da história, Super Mario, para o Atari 2600, e agora a está vendendo pela internet, com direito a cartucho e manual de 26 páginas usando a mesma grafia padrão dos antigos jogos. O preço é de US$ 30,00 e, se estiver interessado, está a venda no site AtariAge! Mas corra, a edição é limitada e só 100 cartuchos serão produzidos!

O jogo foi batizado de "Princess Rescue", e recria 16 estágios dos 32 do Mario no NES. Segundo  Spry, o maior cartucho disponível para o formato - com 32 kilobytes de memória - não era suficiente para comportar uma versão completa da jogo.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Créditos Finais do Filme Detona Ralph

O filme Detona Ralph é um prato cheio para quem gosta de videogames antigos. Diria, até, que é um filme obrigatório!  Aqui vai um tira-gosto. Os créditos finais do filme são um show a parte!

Tem também o clipe oficial do Owl City!

sábado, 27 de abril de 2013

Hacker conserta jogo E.T., do Atari 2600

E.T., o extra-terrestre, é um jogo de 1982, feito para a plataforma Atari 2600.  É um daqueles jogos que você achará facilmente em qualquer lista de “Os Piores Jogos de Todos os Tempos” que pululam na internet. Mas, como tem maluco pra tudo, um deles resolveu consertar o jogo!

O grande problema desse jogo começou um pouco antes do seu desenvolvimento. Pouco mesmo! A Atari adquiriu os diretos do filme no final de julho de 1982 e teve cerca de 5 semanas para desenvolver o jogo e lançar. O resultado não podia ser outro. Péssima jogabilidade, atrelada a uma história confusa e arrematada por um monte de bugs!

Entretanto, o jogo tem alguns fãs espalhados por aí, inclusive o hacker autor da façanha, David Richardson, que gastou uma considerável parte do seu tempo livre para consertar o jogo. Ele fez isso pegando o código binário do jogo, editando-o com um editor hexadecimal e com uma forcinha do pessoal dos fóruns do Atari Age !

O resultado? Olha, até não é dos piores.  Ele consertou o irritante bug que impedia que o E.T. encosta-se nos famigerados buracos, mesmo com a cabeça, acertou a cor do E.T. – no jogo era verde e no filme marrom - e mudou o modo como a energia do E.T. era consumida, dando uma balanceada no jogo. Claro, não espere uma reviravolta na história ou outra coisa, o jogo continua sendo aquela chatice, mas, pelo menos agora, é até suportável.

Você é um fã do jogo, mas, tem medo de admitir ou só ficou curioso? Acesso o site do David Richardson e baixe a ROM do jogo consertada. Funciona em qualquer bom emulador de Atari 2600.

Fontes: Site Adrenaline e PCWorld

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os 25 melhores jogos do NES

O blog Arcade Sushi fez uma lista com o que considera os melhores jogos já feitos para o NES! Leia e tire suas conclusões. A lista está no link que aponta para o site Arcade Sushi.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Neo Geo: A SNK cria o videogame dos sonhos de qualquer gamer!

 

1. A muito tempo, em uma empresa japonesa…

     Em julho de 1978, foi fundada em Osaka, Japão, uma empresa que tinha como principal objetivo a criação de programas e componentes de informática. A Shin Nihon Kikaku (新日本企画 – Projeto Novo Japão) ou SNK, começou sua vida desenvolvendo jogos para máquinas de Fliperama, um mercado em franca expansão no inicio da década de 1980. A criação de jogos de grande qualidade fez a companhia crescer rapidamente e, já em 1981, a SNK abria um escritório nos Estados Unidos. Entre 1979 e 1986 a SNK produziu 23 jogos para arcades. Com o sucesso desses jogos a SNK começou a licenciar e portar seus jogos para outras plataformas, sendo “Ikari Warrios” um dos jogos mais famosos dessa época e que foi portado para praticamente todas as plataformas de jogos e computadores da época, entre eles o Atari 2600, Atari 7800, Commodore Amiga, NES, entre outras. Mas, foi em 1989 que a SNK deu sua grande cartada!

2. Fliperama em casa

    Em 1989 a SNK lançou a placa de arcades Neo Geo MVS (Multi Video System). O grande diferencial desse sistema é que, além de produzir gráficos 2D com belíssimos gráficos, os jogos podiam ser trocados de acordo com a vontade do dono da loja de arcade. Isso deixou os donos dessas lojas sorrindo de orelha a orelha, já que não precisavam comprar ou alugar uma nova máquina, era só comprar um novo cartucho da SNK, algo muito mais barato! Claro que a qualidade dos jogos produzidos pela SNK estavam a altura desse novo equipamento, o que o tornou rapidamente um sucesso!

    Diante do sucesso da MVS e vendo a SEGA e a Nintendo ganhando muito dinheiro no mercado doméstico de games, a SNK decidiu lançar um dos melhores consoles de videogame já feitos: O Neo Geo!


Console Neo Geo.


Placa mãe do Neo Geo – AES


Placa mãe de arcades MVS.


Tela de abertura da MVS e da AES.

    O Neo Geo AES (Advanced Entertainment System) tinha exatamente o mesmo hardware das MVS. Isso fazia com que os jogos fossem exatamente iguais ao dos arcades, ao contrario do MegaDrive/Genesis, Nintendo e Super Nintendo que rodavam conversões dos jogos.  Além disso, o Neo Geo tinha controles idênticos às máquinas de arcades e possuía entrada para um cartão de memória em que se podia gravar o andamento dos jogos – uma novidade para a época. Seus cartuchos tinham capacidade para até 330 Megabits de dados, o que permitia jogos com animações e detalhes jamais vistos em um console caseiro. O Neo Geo marcou época e fez muitos gamers sonharem em botar as mãos naquele videogame. E, realmente, ele tinha tudo para dominar o mercado…menos o preço!

3. Um videogame para poucos

    O inicio da década de 1990 foi marcada pela correria para as casas de arcade (aqui no Brasil chamamos de Fliperama). O culpado dessa febre foi um jogo lançada pela Capcom e que se chamava Street Figther II. A SNK soube como ninguém aproveitar essa onda de jogos de luta e lançou diversos títulos, tais como: The King of Fighters, Fatal Fury e Samurai Shodow. E eles tinham certeza que aquela multidão que invadia os arcades iria comprar um Neo Geo para ter em casa e poder continuar a jogatina! Bom…vontade de comprar um Neo Geo todo mundo tinha, mas a imensa maioria dos gamers esbarrou em um detalhe: o preço! Um Neo Geo, nos Estados Unidos, não saía por menos de proibitivos US$ 650,00! Mas até aí tudo bem, já que era um console muito poderoso. O problema residia no preço cobrado pelos jogos. Um cartucho do Neo Geo custava algo em torno de US$ 200,00, que era o preço de um Sega Genesis! Isso em 1990!  Isso limitou muito o público que podia comprar um Neo Geo. O gamer ia na loja, desejava o Neo Geo e levava um Genesis ou um Super Nintendo. O Neo Geo até foi bem no Japão, mas suas vendas na Europa e Estados Unidos, os maiores mercados de games do mundo, sempre foram inexpressivas perto das marcas da Nintendo e da Sega.


Cartucho de Neo Geo.


Comparativo: Um cartucho de Neo Geo equivale a um cartucho de Super Nintendo mais um do NES americano!

    Vendo que, mesmo sendo um produto diferenciado, as vendas do Neo Geo não deslanchavam, a SNK resolveu lançar o Neo Geo com um drive de CD. Esse novo videogame era o mesmo AES, mas com um drive de CD – Drive de CD que tinha velocidade de 1x, que deixava a carga dos jogos extremamente lenta - e com memória interna para gravar o andamento dos jogos: foi chamado de Neo Geo CD. O preço do console não mudou muito, mas agora era possível comprar um jogo por US$ 80,00. O problema é que isso aconteceu somente em 1994. E 1994 é um ano especial para a indústria dos jogos eletrônicos. É em 1994 que ocorreu o lançamento do videogame que mudou todo o mercado. Em 1994 foi lançado o Sony Playstation!

4. O ocaso de um gigante

    A gigante Nintendo sofreu um forte abalo com a chegada do Playstation, mas, sobreviveu. A Atari foi tragada e virou história. A Sega aguentou até o fim da década de 1990 no mercado e agora só produz jogos para as plataformas das antigas concorrentes. A NEC também deixou o mercado dos games caseiros e as casas de arcades praticamente sumiram do mapa. O que dizer da SNK, então? A SNK parou de fabricar o Neo Geo em 1997 e ainda tentou atacar um outro território lançando, em 1998, um videogame portátil chamado de Neo Geo Pocket. O Neo Geo pocket foi fabricado por cerca de 1 ano, e nem é muito lembrado fora do Japão.

   O último suspiro da SNK foi o lançamento da placa Hyper Neo Geo 64, em 1997, que era capaz de gerar gráficos poligonais. A Hyper Neo Geo 64 foi a tentativa de recolocar a SNK no mapa, mas, a estratégia estava totalmente errada. A SNK lançou um hardware para arcades, quando o mercado está todo voltado para o mercado doméstico e as casas de arcades foram praticamente enterradas pela atual geração de consoles e pelos jogos on-line. Assim, a SNK pediu falência no ano 2000, finalizando a era dos videogames 2D!

   Hoje a SNK existe como SNK Playmore e vive da venda dos seus antigos sucessos e na produção de jogos para as atuais plataformas de videogames, celulares e tablets, mas, não é nem sombra do que foi no passado.

6. Relembrar é Viver

   Se você nunca teve acesso a um Neo Geo, não fique triste. Você faz parte de um batalhão de pessoas que só o viu em revistas especializadas da época. Mas, com certeza, deve ter jogado um ou outro dos jogos do Neo Geo nas casas de fliperama que haviam pelo Brasil afora. Agora, você pode relembrar ou conhecer os jogos do Neo Geo usando um dos vários emuladores disponíveis. os emuladores que indico, funcionam muito bem e emulam todos os jogos do Neo Geo com perfeição. Então, é só escolher um deles e se divertir!

- Final Burn
- Kawaks
- Nebula

   Todos os emuladores que indiquei funcionam basicamente da mesma maneira e precisam do arquivo de BIOS do Neo Geo para funcionar.

 7. Bibliografia

Wikipedia: SNK Playmore, Neo Geo, Neo Geo CD e Hyper Neo Geo 64

GameOver: SNK – Uma História de Luta

MiniCastle: A SNK manda todo para a pqp!

Game Senior: Psicologia Senior 04 – Qual foi o grande erro da SNK?

ZineAcesso: A História dos Videogames – Parte 9