A década de 1980 chegava ao fim e a Nintendo estava no domínio do mercado de videogames caseiros. Foi nessa época, 1989, que a Nintendo começou a vender seu videogame portátil, o Game Boy. O Game Boy não foi o primeiro videogame portátil, com cartuchos, do mercado. A empresa Milton Bradley já havia lançado o Microvision em 1979, sem muito sucesso.
O primeiro modelo do Game Boy
1. Simplicidade, mas só na aparência
Baseada na sua experiência com videogames portáteis, vide os jogos Game & Watch, a Nintendo abusou da simplicidade para construir o Game Boy. O aparelho tinha uma tela de cristal líquido monocromática e sem iluminação. Entretanto, essa simplicidade era só aparente. O Game Boy funcionava com cartuchos, que podiam ser trocados a vontade pelo jogador. A tela de cristal líquido, sem iluminação garantia seu uso por horas a fio, com apenas quatro pilhas comuns, do tipo AA – fala-se que chegavam a atingir cerca de 20 horas de duração. Isso, também, garantia ao Game Boy um preço muito acessível – custava cerca de $100,00 na época do seu lançamento.
Game & Watch: O primeiro protátil da Nintendo.
2. Conjunto da Obra
Mas, é claro, só a duração das baterias não seria suficiente para garantir o sucesso do Game Boy. Sabendo disso, a Nintendo usou a mesma tática usada no NES e arrebanhou as produtoras de jogos para desenvolver novos jogos e versões de sucessos do NES para o seu portátil. Com as melhores produtoras produzindo jogos com exclusividade para o Game Boy, o caminho trilhado pelos concorrentes foi bem mais acidentado.
3. A Concorrência
Vários concorrentes surgiram no rastro do sucesso do Game Boy. É difícil determinar o que faz de um produto ser um sucesso e outro, aparentemente muito melhor, não ser. Para simplificar farei um quadro comparativo dos principais concorrentes da época:
Videogame | Marca | Características |
Lynx | Atari | O Lynx tinha tela colorida, mas, consumia suas pilhas em tempo recorde e os jogos eram, digamos, não muito bons. |
Game Gear | Sega | Era basicamente um Master System em miniatura e obteve um relativo sucesso, graças aos acessórios lançados pela Sega e sua tela colorida, porém, custava bem mais que o Game Boy e consumia bem mais pilhas. |
Turbo Express | NEC | Foi o portátil mais avançado de sua época. Rodava os jogos do PC Engine, mas, custava os olhos da cara e, como os dois concorrentes acima, tinha alto consumo de pilhas. |
Você deve estar se perguntando: “Pilhas?”. Pois é. No final da década de 1980, as baterias, como as usadas em celulares e notebooks de hoje em dia, eram caríssimas e tinham uma performance ruim. Pilhas recarregáveis, então, nem pensar. As baterias de lítio ainda engatinhavam nessa época. Por isso os portáteis da época eram todos baseados em pilhas do tipo AA ou AAA. Com isso telas de cristal coloridas e com iluminação própria consumiam as pilhas com uma velocidade incrível, já que esse tipo de pilha tem uma limitação técnica quanto à potência que pode dissipar. E foi nesse ponto que a engenharia da Nintendo soube se situar, deixando os concorrentes comendo poeira. A Nintendo, também, manteve a qualidade de seus jogos, fazendo com que isso suprisse a menor qualidade técnica de seus concorrentes.
O Game Boy Color: A evolução da tecnologia permitiu que as baterias durassem praticamente o mesmo que as da versão monocromática.
4. Evolução
É interessante acompanhar a evolução do Game Boy durante os anos seguintes. Enquanto os concorrentes iam morrendo no decorrer dos anos a Nintendo soube melhorar seu videogame, aproveitando os avanços da tecnologia. Com o tempo o Game Boy ficou mais fino e menos pesado, ganhou iluminação de tela e tela colorida. As versões mais novas continuavam aceitando os cartuchos antigos. O Game Boy foi descontinuado em 2007, com a entrada do Nintendo DS no mercado, um sucessor a altura do sucesso de seu antecessor. Na seqüência você a linha do tempo (bem resumida) de toda essa evolução.
5. Você ainda pode jogar
Existem, basicamente, três maneiras de você jogar um Game Boy hoje em dia:
1- Resgatar o seu Game Boy lá debaixo de seus brinquedos antigos, torcendo para que ele ainda funcione.
2- Entrar em sites, como o Mercado Livre, e comprar um Game Boy usado.
3- Usar um dos vários emuladores que existem por aí.
Eu recomendo a primeira e a segunda opção, já que são as que te darão a real dimensão do que é jogar nesse portátil. Se não for esse o caso, na continuação desse post eu listo um conjunto dos melhores emuladores de Game Boy. Apesar dos emuladores de Game Boy terem atingido um bom nível e a sensação do jogo ser um pouco diminuída, vale a pena para relembrar aqueles fantásticos jogos. Seguem algumas dicas de emuladores:
BGB: Emula com perfeição jogos do Game Boy e Game Boy Color.
GEST: Também emula com perfeição, além de ser mais fácil de configurar o joypad.
KiGB: Além da ótima emulação, o KiGB tem um diferencial. Ele emula, muito próximo da realidade, os tons de cor do Game Boy original(em que o fundo do cristal líquido era meio verde). Os jogos coloridos, também, ficam muito bons. O chato desse emulador é que é preciso configurar o joypad para cada jogo.
VisualBoyAdvance: Este é um dos melhores emuladores de Game Boy. Também é um dos mais completos. Emula o Game Boy clássico, o colorido e o Advance. Fácil de configurar e usar.
6. Fontes
A História do Game Boy: Start Games, ZineAcesso, iPlay, Rodrigo Merino