1. Campo de Batalha: Década de 1990
Durante a década de 1990, uma outra batalha era travada no mundo dos vídeo-games. Era o front dos vídeo-games portáteis. Diferente da guerra dos consoles de mesa, em que muitas reviravoltas aconteceram, a guerra dos portáteis foi marcada por uma total hegemonia da Nintendo e seu GameBoy. O mais interessante era que o GameBoy era o mais simples dos portáteis lançados na época - processador de 8 bits de 3,59 MHz e tela de LCD monocromática. Mas, apesar do seu hardware inferior a Nintendo tinha algo que os outros não tinham: jogos interessantes e divertidos, uma duração incrível das baterias, que chegavam a aguentar 20 horas ininterruptas e, principalmente, era barato.
2. A muito tempo atrás
Vídeo-games portáteis não são uma novidade. Várias empresas, a Nintendo entre elas, já produziam vídeo-games portáteis no final da década de 1970 e inicio da década de 1980, mas, com uma particularidade: esses aparelhos continham um único jogo e não havia muita mobilidade. Se você tem mais de 30 anos vai se lembrar dos relógios que vinham com jogos desse tipo. Os da Nintendo chamavam-se Game & Watch.
Nintendo Game & Watch: Donkey Kong
Em 1979 uma empresa chamada Milton Bradley se aventurou nessa área de portáteis, lançando o primeiro vídeo-game portátil em que os jogos podiam ser trocados inserindo-se um novo cartucho. Esse vídeo-game chamava-se Microvision. O Microvision teve uma carreira bem curta. Ele era pesado, devorava as pilhas e tinha jogos horríveis.
Com a morte do Microvision, o mercado de portáteis ficou resumido aos jogos do tipo Game & Watch. Somente em 1989 ocorreram lançamentos de vídeo-games portáteis dignos de nota, fazendo com que a década de 1990 fosse uma das mais movimentadas nessa área.
O Microvision: Primeiro a permitir a troca de jogos
3. Vídeo-games às mãos
Os três grandes fabricantes de vídeo-games da época lançaram seus vídeo-games portáteis praticamente na mesma época. Em 1989 a Nintendo lançou o GameBoy e a Atari lançou o Lynx e em 1990 foi a vez da Sega lançar o GameGear.
O Atari Lynx e o Sega Game Gear
Outras empresas, embaladas, principalmente pelo estrondoso sucesso da Nintendo, lançaram seus portáteis durante a década de 1990. A NEC lançou o PC Engine GT/Turbo Express em 1990, a SEGA lançou o NOMAD(que era um portátil do Genesis/Mega Drive) em 1995, uma empresa chamada Tiger Eletronics lançou o Game.com em 1997, a SNK lançou o Neo Pocket em 1998 e, já no fim da década, a Bandai lançou o WonderSwan em 1999.
Mas, nenhum dos vídeo-games portáteis que comentei acima, fizeram um sucesso tão estrondoso quanto o do GameBoy.
Na primeira imagem você vê o PC Engine GT, seguido do Sega Nomad, o obscuro Game.com da Tiger Eletronics, o Neo Geo Pocket e, por fim, o Bandai WonderSwan – Todos coadjuvantes, em um filme em que o Gameboy era o ator principal.
4. Porque o mais simples levou a melhor?
Bom, o GameBoy só era mais simples na aparência. A Nintendo soube, como poucas, aproveitar a tecnologia disponível em 1989 de maneira mais eficiente. Usou um hardware simples, mas eficiente, como o do NES, um monitor de LCD monocromático - que fazia com o que o GamBoy consumisse muito menos baterias que seus concorrentes mais poderosos e custasse muito menos. A Nintendo, também, tinha uma linha de jogos consolidados no mercado, lançando muitos deles em versões exclusivas para o GameBoy. Os concorrentes, por sua vez, tinham monitores coloridos, que consumiam rapidamente suas baterias. Só para situar você, em 1990, baterias recarregáveis eram um artigo bem mais caro, e raro, que nos dias de hoje. Outro detalhe é que a tecnologia de LCD colorido era muito mais cara em 1990, encarecendo bastante os aparelhos que as utilizavam. E por fim, mas muito mais importante, eram os jogos. A Nintendo fez vários jogos exclusivos, aproveitando as melhores características do GameBoy. A SEGA e a NEC limitaram-se a fazer cópias de seus consoles em formato portátil. As demais lançaram seus portáteis na esperança de ganhar algum dinheiro na esteira do GameBoy, mas não tinham nem jogos interessantes, nem um marketing bom o suficiente para deter a Nintendo. Outro ponto é que enquanto os concorrentes da Nintendo laçavam versões de seus portáteis, mudando somente a carcaça, mas mantendo o conteúdo, a Nintendo foi aperfeiçoando o Gameboy, aproveitando o barateamento de várias tecnologias e, o principal, mantendo a compatibilidade com toda a biblioteca de jogos lançadas anteriormente. O GameBoy teve várias versões: GameBoy Color, GameBoy Advance, GameBoy Micro, entre outras, até ser substituído pelo fantástico Nintendo DS, dando continuidade a essa história de sucesso.
GameBoy Color e GameBoy Advance, duas versões de um vídeo-game que teve dezenas de versões diferentes. 5. A Agora? Os demais vídeo-games mencionados nesse artigo? Bom, existem emuladores para quase todos eles. Na seqüência você tem uma lista de alguns emuladores de alguns dos portáteis mencionados neste singelo post, para você tirar suas próprias conclusões. KiGB – Emulador de GameBoy VisualBoy Advance – Emula o GameBoy Advance Handy – Emulador do Atari Lynx Dega – Emulador de GameGear(que nada mais é que um Master System portátil) NeoPocott – Emulador de NeoGeo Pocket OsWan – Emulador do Bandai WonderSwan O Nomad e o PC Engine GT eram versões portáteis dos consoles de mesa.
Atualmente somente duas empresas dominam o cenário de vídeo-games portáteis: A Nintendo(Nintendo DS) e a Sony(PSP). Interessante ressaltar que a Sony não participou da guerra da primeira geração de portáteis. Hoje tanto o Nintendo DS quanto o PSP, coexistem no mercado. Seus estilos de funcionamento e jogos atingem públicos distintos, enquanto que, no passado, todos tentavam vender o mesmo estilo de jogos ao mesmo tipo de consumidor.
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