sexta-feira, 22 de abril de 2011

Videogame NES em um Cartucho

Sabe o que é essa imagem aí de cima? É um videogame NES de 8 bits montado dentro de um cartucho de Super Mario Bros. E funciona normalmente! Veja o vídeo a seguir:

NES, montado dentro de um cartucho antigo, funcionando!

Gostou? O cara que teve e executou a idéia, identifica-se apenas como dany32412, postou as instruções em um site muito legal, chamado Instructables. Nesse site há um  monte de outras ideias legais. Se quiser ir direto para as instruções de como construir um videogame NES dentro da carcaça de um cartucho que você não usa mais, clique AQUI.

sábado, 9 de abril de 2011

Sega Saturn: A Sega Queima Mais Um Cartucho

O Sucessor
  
   A principal missão do Sega Saturn era ser o sucessor do Mega Drive/Genesis. Por isso a Sega, em 1991, começou a esboçar como seria esse sucessor. Informações da época informam que esse videogame seria de 32 bits, utilizaria cartuchos e seria a plataforma definitiva para popularizar ainda mais os jogos 2D. Assim, em meados de 1991, a Sega criou o Away Team que tinha a missão de criar o novo console da empresa. Essa equipe, formada por engenheiros de hardware, desenvolvedores e marqueteiros, trabalhou por dois anos para criar o novo console. Porém, o mercado de games passava por uma revolução nessa época. Revolução da qual a própria Sega foi uma das catalizadoras.
Dando o Tiro no Próprio Pé
   O Away Team da Sega trabalhou na plataforma Saturn objetivando jogos 2D.  Eram dois projetos paralelos: O Júpiter, que segundo o gerente de produto na época, Hideki Okamura, era um Saturn com cartuchos e o Saturn, propriamente dito, que utilizava mídia CD. O fato de utilizar CD ou cartucho, na minha opinião, era o menos importante. O que realmente atrapalhou o projeto todo foi que os gamers voltavam sua atenção para os jogos 3D. Ironicamente, a própria Sega começou a impulsionar essa mudança. Em 1992 a Sega lançou um árcade chamado Virtua Racing. Bom, nessa época, Virtua Racing era o que havia de mais incrível em matéria de simulação de corrida de carros. Seus gráficos poligonais enchiam os olhos dos gamers. Não acaba aí. Em 1993 a Sega lançou, também para os arcades, o jogo Virtua Fighter, que foi considerado um dos jogos mais avançados em termos de gráficos 3D na época.

   Esses lançamentos não modificaram o trabalho do Away Team, pois para a Sega os jogos 3D ainda utilizam um hardware caro e que demoraria para chegar aos consoles, aonde os jogos em 2D ainda reinariam por um bom tempo. Então a Sega poderia reinar nos consoles e nos arcades, correto? Errado!!
   Em 1993 a Sega havia apresentado ao mundo as especificações iniciais de seu novo console, o Saturn, quando foi surpreendida pela gigante Sony e as especificações de seu videogame, o PlayStation, totalmente voltado para jogos poligonais! Isso pegou a Sega totalmente desprevenida!
2D ou 3D: Oh Dúvida Cruel!
   Se você está lendo esse artigo já sabe a resposta. 3D e seus fabulosos gráficos poligonais, claro!
   Quando a Sony anunciou as especificações do PlayStation deve ter deixado os engenheiros da Sega sem entender muita coisa. Afinal eles sabiam quanto custava fazer uma máquina que rodava gráficos poligonais. Então a Sony devia estar gastando rios de dinheiro para construir o tal PlayStation, e se conseguisse coloca-lo no mercado a um preço acessível, mudaria esse mercado para sempre! Bem, foi exatamente isso que aconteceu, mas falarei do PlayStation em outra oportunidade.
   O que aconteceu, lá em 1993, foi que ficou claro para a Sega que o Saturn deveria suportar gráficos 3D. Então, a Sega começou a cometer os mesmos erros cometidos no final da era Mega Drive. Começou, desesperadamente, a mudar as especificações originais do Saturn. Ao projeto inicial foram incorporados novos processadores,  chips auxiliares e uma nova CPU. Assim o projeto original do Away Team transformava-se em um verdadeiro Frankenstein com duas CPUs, 6 processadores e chips de terceiros que não haviam sido projetados para trabalhar em conjunto, quanto mais em um videogame.
   A história é complicada, com mais reviravoltas que uma novela, em que a maioria das informações vem de publicações especializadas da época, mas dá para traçar, mais ou menos, a trajetória do que aconteceu. Aparentemente o projeto do Away Team passou muito mais tempo que o normal em uma prancheta, antes de virar o produto lançado em 1994. Provavelmente começou como Júpiter, baseado em cartuchos e acabou virando Saturn, baseado em CDs, uma demanda crescente do mercado de games, além de ser uma mídia muito mais barata. O Júpiter, ao que tudo indica, acabou virando um dos acessórios mais infames e desnecessários já lançados: O 32X para Mega Drive/Genesis.
Erros e mais Erros
   Apesar de tudo o que aconteceu durante o projeto do Saturn, a Sega conseguiu lançar o seu novo console em novembro de 1994, no Japão. Na terra do sol nascente o Saturn fez um estrondoso sucesso. Até o natal de 1994 a Sega contabilizava a venda de 500 mil unidades do Saturn, superando em muito os números do desconhecido PlayStation. Isso fez com que a Sega voltasse a acreditar que poderia retomar o trono, que um dia já fora seu, e agora pertencia à Nintendo e seu Super NES.
   Para o lançamento nos Estados Unidos a Sega criou o que seria o SaturnDay, dia 2 de setembro de 1995. Seria uma semana bem agitada já que a Sony tinha marcado o lançamento do PlayStation para o dia 9 de setembro de 1995. Foi aí que a Sega cometeu o mais grave erro de todos e que acabou causando um enorme desgaste para o novo videogame e para a própria Sega.
   Diante dos números das vendas no Japão e achando que pegaria a Sony de surpresa, a Sega resolveu adiantar o lançamento do Saturn.  O então CEO da empresa, Tom Kalinske, anunciou na E3 – a maior feira de eletro-eletrônicos do mundo – ocorrida em maio de 1995, que o SaturnDay não existia e que o Saturn estava chegando às lojas dos Estados Unidos naquele instante. Com isso a Sega esperava que a imprensa especializada e os gamers corressem para as lojas para adquirir a novidade. Só que não foi isso que aconteceu. 
   A imprensa não entendeu nada e os gamers se assustaram com o preço do console. Caríssimos $399,00, mesmo para os padrões americanos. Sem falar que devido à correria para o lançamento, grandes redes varejistas como Wall-Mart e KB Toys foram deixadas de fora do lançamento prematuro. Somente 4 redes de lojas receberam o Sega Saturn. Resultado? Os grandes varejistas americanos resolveram retaliar a Sega e se recusaram a vender o Sega Saturn, com algumas chegando ao ponto de retirar das suas prateleiras qualquer coisa que lembra-se a Sega. Com essa tática a Sega só conseguiu vender 80 mil unidades de seu console até o lançamento do PlayStation, que além de poderoso, custava $299,00. O PlayStation vendeu 100 mil unidades só no dia do seu lançamento, pulverizando os sonhos de dominação da Sega.
    Outro ponto que ajudou a enterrar o Saturn nos EUA foi a quantidade de jogos disponíveis. Só haviam pouco mais que 4 jogos prontos para o lançamento em maio. E uma coisa leva a outra. Com as minguadas vendas do Saturn, a Sega nunca lançou toda a biblioteca de jogos na terra do Tio Sam. O Saturn chegou a ter mais de 600 títulos no Japão, enquanto nos Estados Unidos não passou de 245 títulos.
   A Sega cometeu, ainda, outro erro grave. Devido à mistura de processadores e chips o desenvolvimento de jogos para o Saturn era difícil e caro. A Sega não se deu ao trabalho, ou não conseguiu, criar uma plataforma de desenvolvimento decente. Em vez de usar linguagens de alto nível, como C/C++, muitas vezes era preciso programar em Assembly para se conseguir uma performance razoável. Isso tornava o desenvolvimento dos jogos mais lento e caro, fazendo com que muitas das grandes softwarehouses deixassem a plataforma da Sega de lado.
Fecha-se a Cortina
   O Saturn é conhecido por ser um retumbante fracasso, tanto que a Sega anunciou seu sucessor – o Dreamcast - já em 1997, menos de 3 anos após seu lançamento. O console teve seu maior sucesso no Japão, mas nunca conseguiu repetir esse sucesso nos demais mercados do mundo. Mesmo assim, foram vendidas 9,5 milhões de unidades do Sega Saturn e arrebatou uma legião de fãs, graças às fiéis conversões das máquinas de árcade e dos incríveis jogos em 2D lançados. Em 1998 foram lançados os últimos jogos para a plataforma Saturn – no Japão ocorreram lançamentos até o ano 2000 – sendo que muitos dos que estavam em desenvolvimento foram portados para a nova plataforma da Sega, o Dreamcast.
E no Brasil?
   No Brasil o Saturn foi lançado pela Tec Toy quase que simultaneamente com os Estados Unidos, em Agosto de 1995. O console era idêntico ao lançado no mercado norte-americano, mas o preço de R$ 899,00, tornou-o proibitivo para a grande maioria da população brasileira. Por isso sempre foi um console dificílimo de se ver nas lojas e de se conhecer alguém que tenha tido um.
Quer Conhecer o Saturn?
   Apesar de não ser um videogame de sucesso e pouco conhecido aqui no Brasil, é possível jogar o Saturn no seu PC. Existem pelo menos dois emuladores dignos de nota. Não são emuladores tão fáceis de fazer funcionar quanto os de outras plataformas, até pela complexidade de se programar um emulador desses. Como eu relatei nesse texto, já era difícil programar um jogo para ele, agora, imagine fazer um programa que consiga simular todo esse hardware complexo. Mesmo assim, o resultado é satisfatório. Segue link para você baixar esses dois emuladores:
SSF: É um ótimo emulador, mas exige um certo trabalho para faze-lo funcionar, além de que precisa de um computador com processador mais potente. A lista de jogos compatíveis ainda é pequena.
Yabause: É um pouco mais fácil de configurar e usar. A lista de jogos compatíveis é bem maior que o do SSF.
Bom divertimento!
Fontes
Game Geek Brasil – Dossiê: Sega Saturn
Nintendo Blast – A História do Videogames
Video Game History – Sega Saturn
Wikipédia – Sega Saturn